O que as dívidas falam sobre o devedor – Desafio 5 de 25

A maioria dos brasileiros economicamente ativos está endividada ou inadimplente. Como essa realidade interfere na sua vida?

Dívidas sujam mais do que o seu CPF

Segundo diversos levantamentos, 80% das famílias brasileiras estão endividadas, enquanto 66,6 milhões de pessoas estão inadimplentes.

Quem me segue há mais tempo já sabe a diferença entre esses dois termos, mas para quem está chegando agora, aqui vai uma breve explicação:

Endividado – é todo aquele que possui uma dívida a pagar, mas está com os pagamentos em dia. Por exemplo: se você tem um financiamento imobiliário, de veículo, ou comprou algo a prazo, mas não está com as parcelas atrasadas, até que você quite esse compromisso, você é considerado um endividado.

Inadimplente – é todo aquele que tem uma dívida a pagar, mas está com parcelas atrasadas. A depender do tipo de dívida e do tempo que a(s) mensalidade(s) está(ão) atrasada(s), o nome do inadimplente será cadastrado nos serviços de proteção ao crédito e seu CPF será negativado. Ou, como se diz no popular, seu nome ficará “sujo”.

Ser um endividado não é necessariamente um problema. Isso porque parcelar uma compra pode ser a única forma de uma pessoa adquirir algum bem durável de valor mais elevado no momento em que necessita.

É claro que se endividar para comprar uma coisa desnecessária, que não tem uma real utilidade ou para “ostentar” é uma péssima ideia, mas eu creio que você já entendeu o conceito.

Ser inadimplente, porém, é algo péssimo para todos, pois a própria pessoa fica em maus lençóis, o credor fica no prejuízo e a economia em geral também acaba pagando a conta.

Uma das coisas que faz com que os juros no Brasil sejam tão altos é justamente a inadimplência.

Os credores já sabem que a probabilidade de não receber é grande, por isso, sobem os juros para perder menos.

E aí chegamos a uma prática totalmente injusta, mas muito comum: o bom pagador arca com a conta daquele que não pagou, quer seja por descontrole ou por má-fé mesmo.

Mas a questão principal do desafio de hoje é que, além do CPF negativado a reputação de quem deve também fica manchada.

Dinheiro X responsabilidade

Não dá para falar sobre dinheiro sem falar sobre responsabilidade.

Se você é pai ou mãe, sabe muito bem que, dependendo da idade do seu filho, não dá para entregar uma nota de duzentos reais nas mãos dele.

Se ele já tiver alguma noção sobre compras, mas ainda não tiver idade suficiente para avaliar aquele valor, provavelmente vai gastar tudo em sorvete, bala, chocolate, batata frita etc.

Além de fazer mau uso do dinheiro, seu filho provavelmente acabará passando mal…

Isso porque ele não tem responsabilidade para ter uma quantia assim. Talvez ele lide bem com 2 ou 5 reais (que não permitirão que ele faça um grande estrago).

É por isso que se deve desenvolver maturidade financeira aos poucos, com valores menores.

A questão é que muitos adultos ainda não desenvolveram essa maturidade e acabam tomando decisões prejudiciais, tanto a elas mesmas, quanto aos outros.

Portanto, se você tem dívidas, precisa entender que jamais será visto como uma pessoa responsável enquanto não mudar seu comportamento e se tornar responsável financeiramente.

Veja que, em primeiro lugar vem a mudança de pensamento (entender), depois a mudança de comportamento (agir para pagar) e, por último, manter-se na linha para reconquistar a confiança.

Passos que você deve tomar para sair das dívidas

Para facilitar, aqui vai um passo a passo básico para quem quer se livrar das dívidas de uma vez por todas:

1. Mude o comportamento que o levou às dívidas – seja gastar mais do que ganha; não saber dizer não aos outros; ter emprestado seu nome/cartão/cheque; ter um padrão de vida incompatível com sua renda. Avalie o que o colocou nessa situação e decida não repetir o erro.
2. Programe-se para pagar – se você tem uma dívida, precisa pagá-la. Ponto. É como se diz por aí: por mais triste que seja a história, comoção não quita boleto. Organize o seu orçamento, procure o(s) credor(es) e negocie o que deve da maneira que pode pagar.
3. Sacrifique-se – na hora que o dinheiro do empréstimo cai na conta ou que você coloca as mãos no bem que acabou de financiar é só alegria. Mas na hora de arcar com todos os juros que a inadimplência traz é só amargura. Porém, você precisa olhar para frente e saber que quanto mais você se sacrificar para pagar, mais cedo sairá desse pesadelo. Lembre-se que eu sou uma ex-superendividada e sei bem do que estou falando.
4. Reconquistar a confiança leva o triplo do tempo – conquistar a confiança de alguém não é uma tarefa fácil e exige convivência, esforço e tempo. Mas reconquistar a confiança perdida exige o triplo de tudo isso. Muitas pessoas pagam suas contas ontem e já querem um score alto amanhã, mas as coisas não funcionam assim. É preciso ter paciência e saber que a reconquista virá a seu tempo.

Se você está chegando agora e quer começar o Desafio das 25 semanas, confira os posts anteriores clicando nos títulos abaixo:

Desafio 1 – Organização financeira

Desafio 2 – Desafio 2 – Computador: assistente competente

Desafio 3 – Siga o homem com o cântaro

Desafio 4 – Gestão financeira em 4 passos

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Nos vemos!

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